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Fórum da Igreja Batista Nacional de Areia Branca-RN


    A morte de Cristo (expiação limitada)

    Willamy David
    Willamy David


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    Data de inscrição : 08/06/2009

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    Mensagem  Willamy David Qua Jan 27, 2010 11:41 pm

    Como uma espécie de post-scriptum do que Bruno falou na 41ª edição de nosso jornal, discorrerei um pouco mais a respeito da morte de Cristo. Não pedirei desculpas por isso, pois sei o quanto é necessário despertar o velho evangelho. Chega dessa mórbida teologia arminiana!

    Analisemos, inicialmente, a situação de nossas pregações nas palavras do Dr. J.I. Packer:

    “... apelamos aos homens como se todos eles tivessem a habilidade de receber a Cristo a qualquer momento; falamos de Sua obra redentora como se Ele não tivesse feito nada mais, ao morrer, do que tornar possível que nos salvemos a nós mesmos simplesmente por crermos; falamos do amor de Deus como se não fosse mais do que uma prontidão geral para receber qualquer um que se volte e creia; e nós descrevemos o Pai e o Filho, não como soberanamente ativos em atrair pecadores a Si mesmos, e sim como que esperando, impotentes, 'à porta de nossos corações' para que os deixemos entrar. É inegável que pregamos assim... Mas é necessário dizer, com ênfase, que esse conjunto de meias-verdades torcidas é algo diferente do evangelho bíblico. A Bíblia está contra nós quando pregamos dessa maneira... Recuperar o velho, autêntico e bíblico evangelho, e fazer que com que nossa pregação e prática estejam somente de acordo com esse evangelho, é, talvez, a nossa necessidade mais premente.” (Extraído da introdução do livro A Morte da Morte na Morte de Cristo, de John Owen).

    Essa maneira de predicar, exposta por Packer, é a pior idiotice que alguém poderia cometer. Nada mais é do que depreciar o valor da morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, é necessário mostrar o que a morte de Cristo faz na vida de uma pessoa; inevitavelmente, ficará claro que Jesus não morreu por todos.

    Farei uso dos argumentos de John Owen. Irmãos, a morte de Cristo teve como propósito: 1) Salvar as pessoas do pecado (Lc 19.10); 2. Libertar as pessoas do mundo mau (Gl 1.4); 3) Tornas as pessoas puras e santas (Tt 2.14); 4. Criar pessoas que façam boas obras (Tt 2.14). Notemos também o que a morte de Jesus faz inexoravelmente: 1) As pessoas são reconciliadas com Deus (Rm 5.1); 2) As pessoas são perdoadas e justificadas (Rm 3.24); 3) As pessoas são purificadas e santificadas (Hb 9.14); 4) As pessoas são adotadas como filhos de Deus (Gl 4.4-5); 5) As pessoas recebem glória e vida eterna (Hb 9.15).

    Com isso, podemos inferir que se Cristo morreu por todos os homens, então todos eles estão perdoados, livres do pecado e serão glorificados. Entretanto, isso não é uma realidade em nossos dias, a humanidade cresce cada vez mais em depravação e perversidade; as pessoas são inimigas de Deus descaradamente; possuem prazer em fazer o mal. Isso é fato, leitor. Eu não estou aqui expressando meu ponto de vista, estou expondo um fato. Além disso, a Bíblia expressamente declara: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mt 7.13-14). Ou seja, o número de pessoas que perecerão será imenso. Logo, Cristo não morreu por todos, pois, caso tivesse morrido, inevitavelmente todos seriam salvos.

    Se você alegar que Cristo morreu por todos, mas que só alguns serão salvos, você está afirmando que Cristo falhou em seu propósito. Isso é blasfêmia! A Bíblia diz que Cristo recebeu toda a ajuda e habilidades necessárias para obter êxito em sua obra redentora (At 4.10-11; Jo 3.34-35). Os propósitos de Deus nunca podem ser frustrados (Is 46.10; Sl 115.3; Jó 23.13; 42.2). Portanto, irmão, se Cristo morreu por todos, todos deverão ser salvos. Mas a Palavra de Deus afirma que poucos serão salvos. Logo, Jesus NÃO morreu por todos.

    Raciocine comigo. A Bíblia diz que Cristo Jesus morreu em nosso lugar e pagou a penalidade por nossos pecados, certo? Pois bem, se ele morreu por nós é evidente que não há condenação para os que estão nEle (Rm 8.1). Ora, isso significa que Deus não demandará que o pagamento seja feito duas vezes. Confiram: “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas” (Hb 10.10). E: “... se manifestou [Jesus] uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hb 9.26). Ou seja, o sacrifício de Cristo extermina a condenação que o pecado nos traz, nos tornando santos e justos diante de Deus uma vez por todas; logo, se Jesus morreu por nós, com toda certeza seremos salvos. Todavia, como vimos, a Palavra de Deus mostra que a maioria perecerá (Mt 7.13). Se a maior parte há de se perder, isso significa que Jesus não morreu por eles, porque se Cristo morreu por todos os homens sem exceção, então todos os homens sem exceção serão salvos. Mas esse não é o caso.

    Charles Haddon Spurgeon também se pronuncia a respeito do tema:

    “... se a intenção de Cristo era salvar todos os homens, quão lamentavelmente desapontado ele deve ter ficado, pois temos o seu próprio testemunho de que existe um lago onde queima fogo e enxofre, e naquele abismo de tristeza foram lançadas algumas das pessoas que, de acordo com a teoria da redenção universal, haviam sido compradas com o seu sangue. Essa idéia me parece mil vezes mais repulsiva do que quaisquer das conseqüências que, supostamente, estão associadas com a doutrina cristã e calvinista da redenção especial e particular. Pensar que o meu Salvador morreu por homens que estavam ou estão no inferno, apresenta-se a mim como uma suposição horrível demais para que eu possa acolhê-la. Imaginar por um momento sequer, que ele foi o substituto de todos os filhos dos homens e que Deus, tendo primeiramente punido o substituto, pune depois os próprios pecadores, parece entrar em conflito com todas as minhas idéias da justiça divina.”

    “Que Cristo tenha oferecido uma expiação e satisfação pelos pecados de todos os homens e que depois disso alguns desses mesmos homens fossem punidos pelos pecados que Cristo já havia expiado, parece-me ser a iniquidade mais monstruosa que poderia jamais ter sido imputada a Saturno, a Juno, à deusa dos tugues (mafiosos) ou às mais diabólicas divindades pagãs. Longe de nós que venhamos alguma vez a pensar assim de Deus, que é justo, sábio e bom!”
    (Uma defesa do calvinismo).

    Permita-me expor como a maioria dos cristãos pensam. À guisa de objeção, eles me diriam: “acreditamos que a morte de Cristo foi suficiente para salvar todos, mas só alguns escolhem crer; portanto, só alguns se salvam”. Em outras palavras: “Cristo já fez a parte dele e, agora, é conosco; se creremos nele ou não”. Afirmar algo nesse teor significa profunda ignorância bíblica. Primeiro porque já vimos o que a morte de Cristo faz. Segundo, as Escrituras declaram que a fé salvífica é um dom de Deus, não vem de nós (Ef 2.9), e o Senhor dá apenas aos seus eleitos (pessoas por quem Cristo morreu), ela não é de todos (Tt 1.1; 2 Ts 3.2). É algo que é criado e concedido por Deus por intermédio da morte de Cristo, e não criado por nós mesmos mediante a nossa vontade (Ef 1.29; Hb 12.2). Terceiro, o homem é um ser totalmente depravado; por natureza, jamais buscaria a Deus (Rm 3.9-18), pois está morto em delitos e pecados (Ef 2.1). Se Cristo não tiver morrido por ele, não há possibilidade de salvação destinada ao mesmo.

    Pode até ser, irmão, que você esteja mal-humorado e indagando-se: “Ora, se Cristo pretende salvar apenas alguns, por que pregar o evangelho a toda criatura?” Pois bem, vou lhe dizer por quê. Primeiro, Deus mandou que levássemos o evangelho a toda criatura (Mt 28.18-20). É para Sua glória. Se Ele mandou, não temos o que discutir, calemos. Segundo, você não sabe quem são os eleitos de Deus. Terceiro, o Senhor nos deu a oportunidade de participar desse privilégio, de glorificá-Lo, trazendo, através do evangelho, seus preciosos filhos.

    Talvez você também esteja pensando: “Se os eleitos de Deus, pregando eu ou não, serão salvos, por que preciso pregar?” É verdade, ainda que nenhum cristão se disponibilize a pregar o evangelho, o Senhor salvará os seus eleitos. As Sagradas Escrituras mostram que há um certo número de pessoas que Deus Pai deu a Cristo para que as salvasse, e todas elas virão a ele, ouvirão a sua voz e o seguirão (Jo 6.37; 10.26-27); serão salvas inevitavelmente, porquanto Sua Palavra não volta vazia (Is 55.11). Há vários exemplos de cristãos que não ouviu o evangelho por boca de outros cristãos, mas, ainda sim, chegaram a Cristo. Isso é fato. Portanto, jamais pense que Deus precisa de nós. Mas, como já fora dito, é um privilégio que Deus nos concedeu em serví-Lo, por isso, glorifique ao Senhor e fale como Paulo: “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna” (2 Tm 2.10).

    É estúpido alguém afirmar ser desnecessário pregar pelo fato de o Senhor salvar, independente de nós, os seus eleitos. O que você diria a um pescador que questionasse: “Se eu sei que no mar tem peixes, por que vou pescar?”? Ora, com certeza, você lhe responderia: “Ó ignorante, é por saber que tem peixes que você deve pescar!”. Semelhantemente acontece com a pregação do evangelho, é por sabermos que há eleitos de Deus espalhados pelo mundo que devemos pregar.

    Assim, irmãos, continuemos a pregar o evangelho da salvação através do arrependimento e fé em Jesus Cristo; porém, não de forma inadequada, achando que as pessoas, a qualquer momento, têm a capacidade de escolherem a Deus. Todavia, esperando que o Senhor faça a obra, pois só Ele pode operar conversão. A salvação pertence somente ao Senhor (Jn 2.9; At 2.47).

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