Igreja Batista Nacional

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Fórum da Igreja Batista Nacional de Areia Branca-RN


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    A Septuaginta

    Italo Thiago
    Italo Thiago


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    Mensagem  Italo Thiago Seg Jul 27, 2009 11:03 am

    A Septuaginta

    Os líderes do judaísmo em Alexandria foram responsáveis por uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, que integraria a Biblioteca de Alexandria, e foi chamada de Septuaginta (LXX), que significa setenta. Esta tradução já estava concluída em 150 a.C. e foi feita por eruditos judeus e gregos, provavelmente para o uso dos judeus alexandrinos. Assim que a igreja primitiva passou a utilizar a Septuaginta como Antigo Testamento, a comunidade judaica perdeu o interesse em sua preservação. Esta versão teve um papel muito importante para o estudo e divulgação do Antigo Testamento em outras línguas, já que os textos hebraicos apresentam grande dificuldade de compreensão.

    Outras versões surgiram após a Septuaginta, devido à oposição do cânon judaico a esta tradução. São elas:
    * A versão de Áquila (130 a 150 d.C.) - manteve o padrão de pensamento e as estruturas de linguagem hebraicas, tornando-se uma das versões mais utilizadas pelos judeus;
    * A revisão de Teodócio (150 a 185 d.C.) - revisão de uma versão anterior - a LXX ou a de Áquila
    * A revisão de Símaco (185 a 200 d.C.) - preocupou-se com o sentido da tradução, e não com a exatidão textual. Exerceu grande influência sobre a Bíblia latina, pois Jerônimo fez grande uso desse autor para compor a Vulgata Latina;
    * Os Héxapla de Orígenes (240 a 250 d.C.) - promoveu-se uma visão comparativa dos textos hebraicos com a tradução dos LXX, de Áquila, de Teodócio e de Símaco, procurando harmonizar os textos em busca de uma tradução fiel do hebraico;
    * Uma edição do texto hebraico, por volta de 100 d.C., veio a estabelecer o texto massorético.

    A Vulgata Latina

    Sendo o grego, considerado pela Igreja como a língua do Espírito Santo, o latim assumiu o papel de língua popular imposta pelos soldados nas conquistas romanas, motivo pelo qual a Bíblia latina recebeu o nome de Vulgata.

    Os Textos Massoréticos

    Alguns sábios judeus, chamados massoretas, iniciaram, entre os séculos VI a X d.C., um trabalho de padronização dos textos hebraicos do Antigo Testamento. Estes textos, como se sabe, foram escritos praticamente sem vogais. No trabalho de padronização, foram inseridas as vogais nos textos originais, o que contribuiu para o desaparecimento dos mesmos.

    Os Manuscritos do Mar Morto

    Foram encontrados casualmente em uma gruta, nas encostas rochosas da região do Mar Morto, na região de Jericó, em março de 1947, por um pastor beduíno que buscava uma cabra perdida de seu rebanho. São jarros contendo manuscritos de inúmeros documentos dos Escritos Sagrados de uma seita judaica que existiu na época de Jesus, os Essênios. Várias outras grutas foram encontradas após este achado, com muitos outros documentos.

    Os Manuscritos ou Documentos do Mar Morto tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelece que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C. Destacam-se, nestes documentos, textos do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do Livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.

    Língua e manuscritos do Novo Testamento

    Os escritos do Novo Testamento se utilizaram do grego coiné (comercial), amplamente conhecido e utilizado no século I, como conseqüência do império de Alexandre, o Grande. Esse idioma possuía muitos recursos lingüísticos e precisão técnica, não encontrados no hebraico, o que permitiu uma maior e mais rápida propagação dos textos entre os povos (assim como o inglês moderno, nos tempos atuais). O grego chegou a ser considerado pela Igreja Católica como a língua do Espírito Santo.

    Principais manuscritos

    O Novo Testamento tem como característica principal uma imensa quantidade de escritos e evidências externas. Alguns manuscritos, entretanto, merecem destaque. São eles:

    Os papiros - produzidos quando o movimento iniciado pelos discípulos de Jesus ainda era ilegal. Datam dos séculos II e III d.C. e constituem valioso testemunho da veracidade do Novo Testamento, pois surgiram a apenas uma geração dos autógrafos originais. Seus representantes mais importantes são:
    * p52 ou fragmento de John Rylands (117 - 118 d.C.) - encontrado no Egito, contendo parte do Evangelho de João;
    * p45, p46 e p47 ou Papiros Chester Beaty (250 d.C.) - contendo quase todo o Novo Testamento (o p45 contém os Evangelhos e o Livro de Atos dos Apóstolos; o p46, a maior parte das cartas de Paulo; e o p47, parte do Apocalipse);
    * p66, p72 e p75 ou Papiros de Bodmer (175 - 225 d.C.) - igualmente importantes, incluindo-se entre eles Unciais cuidadosamente impressos e com muita clareza (o p66 contém parte do Evangelho de João e data do ano 200; o fragmento p72 contém cópias de Judas e de I e II Pedro; e o p75 contém a mais antiga cópia do Evangelho de Lucas (175 a.C.).

    Os Unciais - manuscritos em caracteres maiúsculos, escritos em velino e pergaminho. Constituem os escritos mais importantes do Novo Testamento, dos séculos III a V. Existem cerca de 297 Unciais, entre eles:
    * Códice Vaticano - é o mais antigo dos Unciais (325 - 350 d.C.) e foi desconhecido dos estudiosos bíblicos até 1475, quando foi catalogado na biblioteca do Vaticano; contém a maior parte do Antigo Testamento (versão dos LXX) com os apócrifos e o Novo Testamento em grego;
    * Códice Sinaítico (Álefe) - data do século IV e possui poucas omissões;
    * Códice Efraimita - originou-se em Alexandria, no Egito, em cerca de 345 d.C.;
    * Códice Alexandrino - data do século V;
    * Códice Beza ou Cambridge - cerca de 500 d.C.; é o manuscrito bilíngüe mais antigo do Novo Testamento. Foi escrito em grego e latim;
    * Os Minúsculos - documentos escritos em caracteres minúsculos que datam dos séculos IX ao XV, somando mais de 4000 documentos, entre manuscritos e lecionários (Livros muito utilizados nos cultos da Igreja, que continham textos selecionados da Bíblia para leitura, incluindo o Novo Testamento).

    Comprovando a veracidade do Novo Testamento

    Os manuscritos originais (autógrafos) não existem mais, e foram reconstituídos a partir de cópias produzidas pelos primeiros pais da Igreja primitiva, ainda sem denominação. Também foram utilizados nesta reconstituição os Livros apócrifos, documentos não bíblicos e comentários documentais dos mesmos pais da Igreja que produziram as cópias. Os originais desapareceram principalmente devido à fragilidade do material utilizado para escrever os Livros, e pela ilegalidade do movimento, em seu início, o que implicava em perseguição à Igreja.

    A veracidade dos escritos, no entanto, pode ser comprovada historicamente pelos motivos abaixo:
    * Os Escritos de Marcos datam de 50 a 70 d.C.;
    * Vários papiros contendo fragmentos do Evangelho de João foram encontrados no Egito, datando do século II, apenas uma geração após os autógrafos;
    * Os escritos foram redigidos num momento muito próximo aos acontecimentos que os geraram;
    * Existem cerca de 5400 escritos do Novo Testamento;
    * O estilo dos escritos confere com aqueles utilizados no século I (grego coiné)
    * Inscrições e gravações em paredes, pilares, moedas e outros lugares são testemunhos do Novo Testamento;
    * Lecionários, que eram Livros muito utilizados nos cultos da Igreja, continham textos selecionados da Bíblia para leitura, incluindo o Novo Testamento (Séc. IV - VI);
    * Os Livros apócrifos, apesar de não canônicos, apresentam dependência literária dos textos canônicos, chegando a imitá-los no conteúdo e forma literária, e citam vários Livros que compõem o Novo Testamento;
    * Os primeiros pais da Igreja comentam e fazem citações de praticamente todo o Novo Testamento.

    Vale lembrar que os Evangelhos, que inauguram o Novo Testamento e contém os ensinamentos de Jesus, o Cristo, foram escritos por testemunhas oculares, à exceção do Evangelho de Lucas.

    Traduções da Bíblia para o português

    O pioneiro na tradução da Bíblia para o português foi D. Diniz (1279 - 1325). Conhecedor de latim clássico e leitor da Vulgata Latina, traduziu até o capítulo 20 do Livro de Gênesis, abrindo caminho para seu sucessor, D. João I (1385 - 1433). Este atribuiu a tradução a padres letrados e o trabalho prosseguiu com seu sucessor, D. João II.

    João Ferreira de Almeida

    Nasceu em 1628, próximo a Lisboa. Convertido ao protestantismo, iniciou a tradução da Bíblia aos dezessete anos, mas perdeu seu primeiro manuscrito e reiniciou seu trabalho em 1648. Conhecia hebraico e grego, e utilizou-se de vários manuscritos dessas línguas para compor sua tradução. Em 1676, foi concluída a tradução do Novo Testamento, que só viria a ser publicada em 1681, na Holanda, por problemas de revisão. Quando de sua morte, em 1641, já havia traduzido o Antigo Testamento até o Livro do profeta Ezequiel.

    Seu trabalho foi continuado pelo pastor Jacobus op den Akker, de Batávia, em 1748. Cinco anos depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia em português.

    António Pereira de Figueiredo

    Nascido em Portugal em 1725, iniciou a tradução da Bíblia que foi editada em 1819. Baseou sua tradução na Vulgata de Jerônimo, por não dominar outros idiomas, e incluiu nesse trabalho os apócrifos. Essa Bíblia foi muito utilizada em países de língua portuguesa.

    Matos Soares

    Publicou uma tradução em 1930, baseada na Vulgata Latina, e incluiu os apócrifos. Sua tradução contou também com comentários a favor dos dogmas da Igreja Católica. Por isso, recebeu o apoio papal sendo a sua tradução a mais popular da Igreja Católica.

    Alguns termos importantes e seus significados
    * Antilegomena = Escritos bíblicos que em certo momento foram questionados;
    * Apócrifos = Livros supostamente do Antigo Testamento, mas que não possuem embasamento para comprovar a autenticidade quanto a seu caráter profético;
    * Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos Livros considerados como inspirados;
    * Epístolas = Cartas
    * Evangelho = Caminho;
    * Homologomena = Livros bíblicos aceitos por todos e que em momento algum foram questionados;
    * Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir a idéia e não as palavras;
    * Pseudoepígrafos = Falsos escritos. Livros não bíblicos, cujos escritos se desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos;
    * Septuaginta = LXX de Alexandria. Bíblia traduzida para o grego por judeus e gregos de Alexandria, incluindo os Livros apócrifos;
    * Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois sintetizam a vida de Jesus;
    * Testamento = Aliança, Pacto, Acordo;
    * Tradução = Transliteração de uma língua para outra;
    * Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito;
    * Versão = Tradução da língua original para outra língua.
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    Mensagem  Willamy David Seg Jul 27, 2009 12:51 pm

    Boa, Thiago.

    Acrescentarei meus comentários sobre a Septuaginta e também em relação a Vulgata Latina.

    Septuaginta

    A septuaginta é a tradução da Bíblia feita do hebraico para o grego. Supostamente a tradução foi feita por setenta e dois estudiosos hebreus, por isso ficou conhecida como a versão dos setenta/septuaginta ou versão LXX.

    A razão principal da tradução diz respeito ao fato dos judeus, por estarem entre outros povos, deixarem de usar ou esqueceram a língua hebraica, correndo o risco de também olvidarem a Lei. Assim, tornou-se habitual traduzir a Lei na língua grega.

    O motivo da tradução para o grego relaciona-se com as grandes conquistas e domínio do império de Alexandre, o Grande, pois além de ser um excelente conquistador militar, divulgou amplamente a cultura e o idioma grego.

    Vulgata Latina

    A Vulgata Latina é uma tradução da Bíblia feita a partir da Septuaginta para o latim por Sofrônio Eusébio Jerônimo, São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso I.

    A palavra vulgata diz respeito à vulgar, ou seja, foi feita/escrita em um latim cotidiano. Foi produzida para ser mais fácil de compreender do que suas predecessoras.
    Italo Thiago
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    Mensagem  Italo Thiago Seg Jul 27, 2009 3:01 pm

    Valeu Willamy!!! Smile Vamos tentar aprofundar mais nesses pontos!!!

    a Paz!!!
    Bruno
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    A Septuaginta Empty Muito boa

    Mensagem  Bruno Qui Jul 30, 2009 12:51 pm

    Este topico ficou muito bom, gostei bastante. Essa é uma area da teologia que tenho que estudar muito, pois muitos ateus tenta nos confundir nesse assunto. Valeu.

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